Trecho- O Sonho
"Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade
Solto para onde estás, e fico de ti perto!
Como, depois do sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti, fica depois deserto!"
Maldição
"Se por vinte anos, nesta furna escura
Deixei dormir a minha maldição
Hoje, velha e cansada da amargura
Minha alma se abrirá como um vulcão.
E,em torrentes de cólera e loucura
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura
Vinte anos de agonia e solidão...
Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!"
Olavo Bilac
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