sexta-feira, 7 de junho de 2013

Fase Ruim

Você é minha fase ruim.
Não. Você não me conheceu numa fase ruim.
Você é a fase ruim.


Você é o tipo de pessoa que faz as coisas desandarem, que provoca a fúria das coisas. Você é o tipo de pessoa que descoisifica qualquer coisa. Alguém assim não pode ser coisa boa.
Você é minha fase ruim.

Eu não vou fugir de você simplesmente porque você cismou em também não querer fugir de mim. Quando você fugir de mim, eu fujo de você. Não é assim que as coisas são?
As coisas.

A respiração compassada soltando jatos de feromônios safados, provocando um transe erotomaníaco, loucuras que rodeiam nossas cabeças entre os intervalos dos gozos arrancados com facilidade tântrica, os gemidos mortos no travesseiro, os olhares embaçados, o desfoque do amor colado, aquele campo de consciência reduzido ao espaço não–existente entre
os_rostos_grudados_na_cola_feromônica dos tesões perdidos entre os lençóis.

A vida sai de foco e então você percebe que foto bonita mesmo é aquela borriscada, porque tudo nessa vida é riscado, ou desfocado, ou manchado, ou cheio de ruído. Não existe informação pura. Não existem mensagens perfeitas, sem ruídos e interferências.
O amor não é mensagem. É ruído puro.

Por: Cato Alberico Ribeiro

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