domingo, 27 de setembro de 2009

Ante a batalha iminente

Ó multidão insana que me fita ressentida,
Ó olhos frios que me encaram com rancor,
Ó mãos lépidas que buscam espadas sedentas,
Qual o intento que move teus braços, de onde vem o ódio que anima teus espíritos?

Do alto do monte, almejando chegar às nuvens imaculadas,
Fito o grande verde que leva até meus frios inimigos.
A bruma vermelha em meus olhos,
O vento que sussurra contendas,
A noite que se anuncia no céu:
Para onde meu espírito irá, se no campo abaixo meu corpo perecer?

Ó escuros menestréis que cantarão mistérios,
Ó vidas vazias que se esvairão num instante,
Ó espada sedenta que treme em minhas mãos ansiosas,
Qual a guerra que marcou tua existência, de onde vem o brilho que exibes, mortífera?

Do oeste longínquo um vento cálido vem,
E em meus olhos uma visão de campos imortais permanece.
A noite que um dia sempiterna foi,
O oceano onde um dos primeiros fez morada,
A terra de onde a morte se afastava:
Para onde meu espírito irá, se no campo abaixo meu corpo perecer.

Ó batalha ingrata que agora iminente é,
Ó inimigos incautos que contra mim correm tresloucados,
Ó vozes insanas que agora se elevam com ódio,
Nesta batalha findarão nossos temores, e nossos espíritos a seus destinos serão encaminhados.

Por Mardo Anduniello

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