sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

cemitério de mim

Meu coração jaz em chamas.
Me sinto enclausurado em pensamentos recorrentes.
Correntes e nós que não fui capaz de desatar.
A pior prisão que existe sempre será a própria cabeça.
Eu sei.
Ainda assim me acovardo, me saboto, me recrimino, me julgo, me critico, me machuco.
E quando não estou feliz, não me sinto capacitado para fazer qualquer ser humano feliz.

Meu cérebro jaz em blocos de cimento.
Como se cada miolo tivesse olhos e todos voltassem o olhar para as pupilas da Medusa.
Sei o que devo fazer, mas me sinto congelado.
Incapaz de domesticar meus demônios.
Tomado pelos únicos fantasmas que não fui capaz de expulsar da convivência diária.

Sei reconhecer.
Na complexidade dessa existência ainda assim tenho meus momentos de sorriso sincero.
Porém, preciso ser forte. Preciso dar o passo. Preciso atravessar a ponte. Preciso me libertar.
Não é justo nem comigo nem com os que convivem ao meu lado.

Meu corpo jaz em desacordo.
Meu estômago jaz embrulhado.
Minha mente jaz em fúria.
Minha força jaz em movimento.

Se não for capaz de fazer por mim o que espero dos outros,
Serei sempre um prisioneiro.



Tico Sta Cruz

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